19 janeiro 2007

O LAGO ROSA À VISTA

Na véspera de avistarmos pela primeira vez o Lago Rosa, que banha Dakar, a capital do Senegal, não posso deixar de me sentir algo frustrada… Afinal eu também queria andar por ali, em corrida, como os meus companheiros de aventura e já há muito que não guio, ainda que o ambiente no carro da Aifa seja tudo menos… aborrecido.

Depois da queda dos VW, as coisas facilitaram-se bastante para o meu amigo Luc Alphand, que agora apenas tem que levar o Pajero até final, controlando mais Peterhansel, que qualquer outro dos seus adversários, já conformados com mais esta anunciada vitória da Mitsubishi no Dakar.

A marca japonesa nem necessita vencer qualquer etapa para fazer uma “dobradinha” no Dakar… A gestão da corrida está assumida e ninguém se importa que Sainz ou outro qualquer VW ganhem etapas… Afinal são eles que têm que provar a validade do seu projecto, para que a equipa continue… o que parece improvável!

Ontem passámos no Mali… É uma terra pobre, de contrastes profundos, mas à qual o Dakar tem dedicado bastante ajuda humanitária, pelo que a caravana é – tal como em quase todo o lado – saudada e festejada pelas populações locais. Isso é gratificante e faz-nos sentir bem.

Coincide esta crónica com a chegada ao Selegal, país que tem Dakar, a verdadeira imagem de marca desta prova mítica.
Na altura em que escrevo esta crónica, foi anunciado o abandono de Marc Coma, deixando a Cytril Després a possibilidade de subir ao mais alto lugar do pódio no Lago Rosa. Foi uma pena, para o “motard” espanhol, mas tal como nós muito bem sabemos o Dakar é mesmo assim…

A dois dias da consagração, está na hora de nos despedirmos do “confortável” bivouac, passarmos às refeições formais e esquecermos um pouco todas as desventuras que nos trouxeram a Dakar, por terra… mas não pela pista.

Aceitando o nosso destino, já quase que podemos admitir que vamos tentar de novo… Falta apenas… qualquer coisa que acelere a nossa motivação!

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