15 janeiro 2007

DESCANSO (FORÇADO) EM ATAR



«Depois de termos verificado que o Nissan Pathfinder estava irrecuperável lá fomos junto com a caravana de assistência e imprensa rumo a Atar, onde supostamente deveríamos ter chegado muito cansados após a primeira etapa a sério na Mauritânia. Uma vez mais não consegui chegar dentro da caravana dos concorrentes e isso fez-me algum mal… só que já estou em franca recuperação moral e psicológica.

A ânsia de chegar a porto seguro, ou seja ao dia de descanso de Atar, é um dos “alentos” intermédios da primeira parte da prova, pensando-se sempre que vamos encontrar uma verdadeira cidade, acolhedora e hospitaleira…

No entanto para além do Aeroporto – transformado em bivouac – um par de ruas paralelas fervilham de actividade – tudo é comercial – com alguns hotéis à mistura, ainda que a definição de hotéis seja um pouco diversa daquela a que nos habituámos.

Aqui deixámos o Patrick Antoniolli que regressou a Toulouse… Para o ano chegaremos a Dakar!

O “descanso” é mesmo só para alguns. Pilotos e navegadores aproveitam para dormir e dar um passeio, enquanto a maior parte das equipas coloca os carros como novos, já que se avizinha uma etapa dupla (maratona) com percurso entre Atar/Tichit/Nador, que incluem cerca de 1000 Km de provas especiais.

Segundo os erspecialistas o Dakar começa verdadeiramente a partir de Atar. Deserto, dunas, deserto, muita navegação e a necessária cumplicidade entre piloto e navegador, são as chaves para o sucesso nesta prova, que continuamos a acompanhar a par e passo…

Ontem fomos surpreendidos – estou no carro com os dois fotógrafos da Aifa – por três situações bem diversas:

A história do “abandono” do navegador por parte do Carlos Sousa – a organização devia desculpar-se publicamente… - o andamento muito correcto e certinho da Elisabete – que vimos passar sem problemas pelo meio das dunas – e, finalmente, um convite muito especial: guiar um dos Porsche previstos para as 24 horas de Le Mans.

Vai ser uma outra… Odisseia!