É com enorme prazer que vou “passear” o Ricardo pelas lindíssimas dunas marroquinas. Num “blog” bastante animado durante o Dakar 2007, é bom saber que estamos a ser “seguidos” por entusiastas anónimos, tal como nós cheios de vontade de chegar.
Ainda não foi desta que consegui, mas vou com certeza honrar os meus compromissos e Garantir que estarei em Marrocos preparada para lhe mostrar um “pouquinho” do Dakar.
Só há um problema; nem eu nem o Ricardo podemos usar – na ocasião – as habituais trajes de princesa e sultão… No carro o melhor é irmos com fato de competição e capacete.
Até Marrocos
12 fevereiro 2007
22 janeiro 2007
O DAKAR É UMA PROVA DE ESFORÇO E ENTREAJUDA E DEVERIA SER “PROIBÍDA” A VEDETAS E… EGOÍSTAS
A chegada às margens Lago Rosa levou a caravana do Dakar a algumas horas extras de descanso, antes da grande festa que a Mitsubishi preparou para celebrar mais uma vitória…
Fiquei com pena da VW, principalmente porque era notório o esforço de toda a equipa e os pilotos bem tentaram andar na frente… Um azar completo aquela etapa fatídica, que, em termos oficiais “matou” definitivamente o Dakar em termos de discussão de vitória.
Entre os nossos uma vez mais o Carlos Sousa e o Hélder Rodrigues deram cartas, com qualquer deles a vencer etapas – lutando contra tudo e todos – e o “motard” a fazê-lo de novo em África, o que demonstra que pode estar para breve uma vitória absoluta nas duas rodas… talvez mais próxima que noutra qualquer categoria.
Chegar a Dakar é realmente uma grande vitória. Representa o culminar de todo um conjunto de situações ultrapassadas sempre com grande esforço e com uma enorme cooperação e entre ajuda, ainda que muitos dos que aqui estiveram se tenham revelado acima de tudo egoístas, o que significa que nunca compreenderam nem poderão nunca ser “designados” como elementos integrantes ou participantes desta aventura.
Todos os que como eu ficaram de fora e resolveram continuar a acompanhar o Dakar, puderam observar não só toda uma panóplia de gentes e costumes, perfeitamente adaptados à realidade africana – afinal são habitantes dessas regiões há séculos – uma (curta) lista de entusiastas da competição Dakar – na sua essência – e os outros, verdadeiros “turistas acidentais”, sempre à procura da parte mais fresca da “estância de luxo” que contrataram ou que lhes ofereceram e permanentemente colocados no “local dos retratos” como se de vedetas se tratassem.
Esta é a faceta que menos me agrada no Dakar… Infelizmente este ano tive que conviver com ela em mais uma GRANDE lição de vida!
Vemo-nos no Lisboa – Dakar 2008!
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19 janeiro 2007
O LAGO ROSA À VISTA
Na véspera de avistarmos pela primeira vez o Lago Rosa, que banha Dakar, a capital do Senegal, não posso deixar de me sentir algo frustrada… Afinal eu também queria andar por ali, em corrida, como os meus companheiros de aventura e já há muito que não guio, ainda que o ambiente no carro da Aifa seja tudo menos… aborrecido.
Depois da queda dos VW, as coisas facilitaram-se bastante para o meu amigo Luc Alphand, que agora apenas tem que levar o Pajero até final, controlando mais Peterhansel, que qualquer outro dos seus adversários, já conformados com mais esta anunciada vitória da Mitsubishi no Dakar.
A marca japonesa nem necessita vencer qualquer etapa para fazer uma “dobradinha” no Dakar… A gestão da corrida está assumida e ninguém se importa que Sainz ou outro qualquer VW ganhem etapas… Afinal são eles que têm que provar a validade do seu projecto, para que a equipa continue… o que parece improvável!
Ontem passámos no Mali… É uma terra pobre, de contrastes profundos, mas à qual o Dakar tem dedicado bastante ajuda humanitária, pelo que a caravana é – tal como em quase todo o lado – saudada e festejada pelas populações locais. Isso é gratificante e faz-nos sentir bem.
Coincide esta crónica com a chegada ao Selegal, país que tem Dakar, a verdadeira imagem de marca desta prova mítica.
Na altura em que escrevo esta crónica, foi anunciado o abandono de Marc Coma, deixando a Cytril Després a possibilidade de subir ao mais alto lugar do pódio no Lago Rosa. Foi uma pena, para o “motard” espanhol, mas tal como nós muito bem sabemos o Dakar é mesmo assim…
A dois dias da consagração, está na hora de nos despedirmos do “confortável” bivouac, passarmos às refeições formais e esquecermos um pouco todas as desventuras que nos trouxeram a Dakar, por terra… mas não pela pista.
Aceitando o nosso destino, já quase que podemos admitir que vamos tentar de novo… Falta apenas… qualquer coisa que acelere a nossa motivação!
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